sábado, 7 de julho de 2012

Livro de cabeceira:


Oi galeros, bom estou aqui pra dar uma dica pra vocês. Leitura pra mim é uma coisa que nunca sai de moda, sempre tenho um livro de cabeceira que leio sempre que estou entediada.


Bom então vou dar a vocês 10 dicas de livros para ler nessas ferias...
10. A Volta ao Mundo em 80 Dias, de Júlio Verne
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Lançado em 1873, o clássico de Júlio Verne atravessou gerações e até hoje é considerado um marco da literatura. O livro conta a história de um homem rico, solitário e regrado, que abre mão do conforto e leva adiante uma aposta nada modesta: dar a volta ao mundo em 80 dias. Esse desprendimento é o que chama a atenção de adolescentes há décadas e coloca a obra entre os livros favoritos e indispensáveis que devem ser lidos antes dos 30 anos. O trabalho de Verne também foi adaptado para o cinema. As duas versões mais populares são as de 1956 e 2004.

9. Medo e Delírio em Las Vegas, de Hunter S. Thompson
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Um dos responsáveis pela popularização do gênero jornalismo gonzo, Hunter S. Thompson está na lista de autores considerados ícones da literatura jovem. Sempre associado à tríade  sexo, drogas e rock’n'roll, o jornalista transformou suas experiências em relatos que marcaram o fim da era hippie e registraram os constantes conflitos entre os conservadores e libertários nos EUA. EmMedo e Delírio em Las Vegas, um repórter e seu advogado cruzam o deserto de Nevada a bordo de um carro conversível, totalmente entorpecidos por substâncias ilícitas. O objetivo do jornalista é cobrir uma corrida de motocicletas em Las Vegas. A obra ganhou uma adaptação para o cinema de nome homônimo, lançada em 1998. No longa, Raoul Duke, o repórter, é interpretado por Johnny Depp, enquanto Benicio Del Toro vive o Dr. Gonzo, o enigmático advogado.

8. Romeu e Julieta, de Shakespeare
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A mais clássica de todas as histórias de amor foi e sempre será referência entre os jovens. A tragédia, escrita em 1591, conta a história de dois apaixonados, Romeu e Julieta, que são impedidos de ficar juntos por causa de uma briga entre suas famílias (Capuleto x Montecchio). Mesmo depois de um casamento em segredo, o par é separado por mais uma turbulência familiar, o que justifica o exílio de Romeu e o casamento de Julieta com um jovem nobre. Em uma medida desesperada, o Frei dá à Julieta um elixir para que a garota se finja de morta. Uma carta do Frei explicando a estratégia é enviada a Romeu, mas a correspondência se perde. Quando o apaixonado Montecchio fica sabendo da suposta morte de sua amada, decide voltar à Verona. Ao encontrar o corpo de Julieta, Romeu decide tirar a sua própria vida. Bom, nem preciso contar o que acontece depois, né?

7. Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe
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O romance de Johann Wolfgang von Goethe, escrito em 1774, é um daqueles livros que chamam a atenção pelo exagero. O protagonista, o jovem Werther, se apaixona loucamente por uma mulher, Charlotte, que por sua vez é comprometida com um homem 11 anos mais velho. Impedido de casar com ela, Werther decide se tornar amigo do casal, o que lhe causa um sofrimento sem tamanho. A dor, compartilhada a todo o momento com o leitor, leva o pobre apaixonado a cometer insanidades. O fim da sua história, uma das mais dramáticas da literatura mundial, já levou milhares de pessoas a testemunharem o ápice da loucura, consequência de um amor irreal, descabido e não correspondido. Napoleão Bonaparte destacou o livro de Goethe como um dos mais importantes trabalhos literários realizados no continente. Será que ele chorou no final?

6. Laranja Mecânica, de Anthony Burgess
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O protagonista do livro Laranja Mecânica, escrito por Anthony Burgess, é um adolescente chamado Alex, que narra uma história futurista sobre uma sociedade violenta e um governo totalitário. Considerado um ícone literário da alienação pós-industrial do século XX, a obra ganhou ainda mais destaque ao ser levada para o cinema, em uma extraordinária versão dirigida por Stanley Kubrick, em 1971. O livro foi escrito em 1962 e é repleto de um vocabulário próprio, criado por Burgess, baseado em termos eslavos. O nome do livro é inspirado em uma velha expressão cockney, espécie de dialeto da classe trabalhadora da Grã-Bretanha.

5. O Diário de Anne Frank, de Anne Frank

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O livro, uma das histórias mais marcantes da II Guerra Mundial, conta em primeira pessoa os conflitos pelos quais passa uma jovem adolescente que tenta sobreviver à perseguição nazista. O seu diário, publicado pela primeira vez em 1947, mostra a rotina de uma família judia que vive em Amsterdã, na Holanda, durante a ocupação dos seguidores de Hitler. Anne Frank morreu aos 15 anos, após ser enviada ao campo de concentração Bergen-Belsen. O seu diário é considerado por muitos especialistas um dos melhores registros da guerra e do impacto que ela causa na vida do ser humano.

4. On the Road – Pé na Estrada, de Jack Kerouac
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Que adolescente, neste mundo inteiro, não se sentiria atraído por um livro capaz de incentivar, mesmo que indiretamente, a fuga de casa? É isso que On the Road, de Jack Kerouac, faz com tamanha maestria. Considerado a bíblia da Geração Beat, e um grande expoente do movimento que relatou durante anos o submundo da juventude anticonformista americana, o livro foi escrito em 1951 e conta a história de dois jovens que, com apenas uma mochila a tiracolo, viajam os Estados Unidos de costa a costa incentivados pelo jazz, poesia e drogas. Existem muitas lendas acerca de On the Road. Uma delas dá conta de um dado curioso: a obra de 320 páginas teria sido finalizada em apenas três semanas. Muitos artistas se dizem influenciados pelo livro de Kerouac. Bob Dylan afirmou que Pé na Estrada mudou a sua vida, enquanto Tom Waits compôs a música Home I’ll Never Be em homenagem ao autor, considerado uma “figura paterna” pelo próprio músico.

3. Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley
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Admirável Mundo Novo, livro de Huxley publicado em 1932, é leitura obrigatória entre entusiastas de ficção científica. A obra narra um mundo futurista, onde as pessoas são condicionadas biologicamente e psicologicamente a se adaptarem a uma série de regras sociais, impostas em uma sociedade organizada por castas. No universo criado pelo autor não existem ética religiosa, o conceito da família ou valores morais. A qualquer dúvida ou insegurança, os habitantes tomam uma droga chamada soma, capaz de fazer desaparecer qualquer indagação. Henry Ford, inventor da linha de montagem, é quem ocupa o lugar de divindade máxima da sociedade. É ele quem administra o setor de incubação, onde são gerados centenas de fetos em série. Brave New World, como é chamada a obra em inglês, foi inspirada em um livro de H. G. Wells, Men Like Gods.

2. O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger

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Um clássico que marcou gerações, The Catcher in the Rye, em seu título original em inglês, foi escrito em 1951 pelo americano J.D. Salinger. Originalmente direcionado ao público adulto, o livro acabou se popularizando entre leitores adolescentes, graças aos seus temas centrais: alienação e rebeldia. A trama se desenrola em torno do anti-herói Holden Caulfield, um jovem de 17 anos que é expulso de um colégio por causa de suas notas baixas. Ao invés de esperar a notícia chegar aos seus pais, ele foge da escola no meio da noite, pega um trem para Nova York e decide ficar em um hotel. É nesse local impessoal que Caulfield conhece a bebida, as mulheres e um estilo de vida bastante controverso para a época. Ele vaga pela cidade e revela aos poucos o seu passado, a sua família, os seus questionamentos. Uma das características do livro é a linha do fluxo de consciência do protagonista que atropela a história e faz com que assuntos completamente desconexos se cruzem em momentos pouco apropriados. A estratégia, usada propositalmente pelo autor, expressa a instabilidade emocional de Caulfield, seus anseios e uma linha de pensamento comum entre jovens de sua idade.

1. Crime e Castigo, de Dostoievski
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O romance russo publicado em 1866 narra a história de um homem culto, mas extremamente pobre, que passa todo o seu tempo angustiado, à espera de melhores condições de vida. Para tentar permear o complexo universo de Raskólnikov, Fiódor Dostoiévski divide o personagem em dois: ordinário e extraordinário. A trama se desenvolve em torno do planejamento da morte de um agiota, o que, segundo o protagonista, faz parte de um projeto maior de mudança da sociedade. Embora exija maturidade, Crime e Castigo é um dos clássicos livros lidos por jovens de todo mundo há muitas gerações. Ele é baseado em uma visão particular sobre religião e existencialismo e mostra, a grosso modo, a vida de um jovem que busca a salvação por meio do sofrimento. No Brasil, o clássico de Dostoievski ganhou uma adaptação para o cinema. O filme chamado Nina, dirigido por Heitor Dhalia, foi lançado em 2004.

Bom galeros é isso, esses são dicas minhas de 10 livros que marcaram a geração dos jovens, seus pais hoje. Na minha opinião vocês deveriam devorar todos. 
Meu livro de cabeceira é SANGUE DE LOBO...

 

Misteriosos assassinatos, bonecas sombrias de porcelana que aparecem de cabeça raspada, fantasmas e lobisomens... Itens tão dispersos entre si que se você observar cada detalhe de forma aleatória, não parece fazer sentido.

Mas nas hábeis mãos de Rosana Rios e Helena Gomes se torna uma história Fantástica.
Em Sangue de Lobo (Farol, 520 páginas), passado e presente se misturam, criando um enredo com a pitada certa de romance, ação, sangue e suspense.

O leitor acompanha a história de Cristiana e Ana Cristina – As Cris – amigas desde crianças que, entre amigos e o gosto pelo RPG de tabuleiro tem uma vida tranquila. Apesar de Cristiana ser filha da governanta da família de Ana Cristina, em nenhum momento se nota qualquer diferença de tratamento entre as duas e os membros das duas famílias.

Exatamente por isso que, quando os pais de Ana resolvem ir passar uns dias para descansar em uma cidade histórica no interior de Minas, nada mais lógico que sua amiga fosse junto.

E é lá que em um antigo restaurante da cidade, elas encontram um livro misterioso – um original datilografado, datado da década de 50. O texto remonta uma história que teria ocorrido na primeira década do século 20, na mesma cidade em que elas estavam. Mas o lado assombroso da história é que o enredo daquele misterioso livro é idêntico a um jogo de RPG que elas haviam começado a jogar antes de sair de São Paulo.

Seria só coincidência? Elas começam a ler a tenebrosa história e como se as frases tomassem vida, o assombroso começa a acontecer. As pessoas começam a ser mortas como no livro e as meninas não sabem se é apenas coincidência ou obra de um serial killer que teve acesso ao livro. Poderia aquela história ter um fundo de verdade? O sobrenatural estaria ao alcance delas, de forma mais natural do que elas pensavam?
Quem seria o misterioso assassino que apunhala sem piedade suas vítimas direto no coração, raspa completamente as suas cabeças e deixa seus corpos jogados ao vento, com um véu antigo recobrindo suas faces, rígidas em máscaras de pavor?
Paixão, morte, loucura e o fantástico se cruzam nas páginas deste livro que pode surpreender o leitor...

Para este bookaholic convicto que vos fala, gostar de um livro de Helena Gomes não é novidade. Assumo que fiquei com certo receio, por ser a primeira obra dela que li redigido a quatro mãos. Mas assim que comecei a me envolver com a história, vi como temos autores de qualidade (e reafirmo isto várias vezes). As duas autoras estavam em tamanha sincronia que não dá para o leitor, por mais que observe atentamente, ver característica de uma ou de outra na escrita.

Apesar de demorar certo tempo para lê-lo, devido ao tamanho do livro e falta de tempo, foi um texto que gostei demais. Trama bem construída, cheia de reviravoltas e com o estilo próprio das tramas anteriores da Helena, onde vários personagens discorrem sobre determinado momento, em trechos curtos e cheio de ação. Seus personagens, principalmente a vilã da história, são muito bem construídos e não deixam nenhuma ideia absurda no ar. Ao contrário, as autoras conseguem dar tanto veracidade a trama que, por mais que seja fantástica, o leitor se pergunta: E se...

Em alguns momentos, as Cris me irritaram um pouco, por caracterizarem perfeitos clichês – uma, a rica que acha que todos devem atender os seus desejos e birras, a outra pobre com vergonha da mãe vinda do Nordeste e acha que todos a julgam. Esta parte da trama ocasionalmente deixa o enredo meio travado. Mas são em pequenos momentos, porque quando o leitor menos espera, tudo volta ao agito de sempre.
Como o livro se passa em duas épocas distintas, atualmente e no início do século 20, eu pessoalmente me apaixonei pela parte “antiga” da trama. Cada detalhe deste trecho cria todo um clima de mistério que é uma delícia a parte de ler.
Outro ponto forte das autoras é a descrição dos locais e cenas – me senti andando por Passa Quatro e por tantas antigas cidades mineiras carregadas de amor e mistério. Sentimos a brisa fresca advinda dos paralelepípedos, enquanto somos banhados pela Lua Cheia. Ouvimos o coro das beatas em procissão pela rua e trememos de medo diante do medo do lobisomem.

Pois é, lobisomem sim – um personagem ideal para a trama. Mas não pensem no ser irracional e sanguinário de outras obras, mas sim do clássico homem atormentado pela maldição que o rodeia, em busca de uma cura para a selvageria da Lua.

Bom, gente, acho melhor parar por aqui, senão posso falar demais... 


E isso tirus, não percam tempo vão a uma biblioteca mais próxima e escolha seu livro de cabeceira...